25/11/2020
Em resposta à violência racista que ocasionou a morte de João Alberto Silveira de Freitas, no último dia 19 de novembro, em unidade do Carrefour em Porto Alegre, e no firme propósito de contribuir para que ações como essa nunca mais ocorram, foi criado o Comitê Externo de Livre Expressão sobre a Diversidade e Inclusão.
Esse comitê foi formado a partir dos diálogos decorrentes da tragédia de Porto Alegre e é absolutamente independente, não tem qualquer vínculo de subordinação ao Carrefour Brasil. Sua maior motivação é o dever moral de tentar impedir que mais pessoas negras morram, com o objetivo de orientar e embasar um amplo plano de ação de combate ao racismo estrutural no varejo e em toda sociedade.
Em um cenário no qual:
Este grupo terá como funções principais orientar e aconselhar compromissos de Tolerância Zero à discriminação racial no Carrefour Brasil, acompanhando constantemente o desenvolvimento de iniciativas que sirvam a este propósito.
Farão parte deste grupo especialistas e líderes de movimentos negros e personalidades com voz ativa nas questões raciais. O grupo também irá orientar as ações que serão implementadas com o Fundo que está sendo especialmente criado para o combate à discriminação.
O Comitê já nasce com uma lista de reinvindicações iniciais de tolerância zero em relação à discriminação racial, que serão assumidas como compromisso pelo Carrefour no Brasil em três frentes: nos âmbitos interno da companhia, com relação ao ecossistema que se relaciona com o Carrefour Brasil e com a sociedade.
No contexto interno, recomendamos a realização imediata de treinamentos intensivos com o quadro de colaboradores e revisão da concepção e da contratação dos serviços de segurança, bem como dos procedimentos adotados na relação com associações de segurança privada e de transporte e respectivas autoridades competentes. Além disso, todas as lojas também serão pontos de divulgação da Política de Tolerância Zero a todo tipo de discriminação.
Com relação ao ecossistema da companhia, todos os fornecedores e pares também serão orientados a seguir boas práticas para lidar com estas questões e serão estabelecidos indicadores para aferir o cumprimento e adequação a essas orientações.
Em resposta à sociedade, serão promovidos fóruns de debate e pesquisas que embasem o crescimento da discussão sobre racismo no Brasil, além da contratação de 20 mil novos colaboradores por ano, respeitando a representatividade racial da população brasileira e do apoio a instituições de ensino do país na formação profissional de jovens negros e negras.
A primeira dessas demandas do comitê é um pedido para que o Carrefour, em sinal de respeito à morte de João Alberto, feche sua loja de Porto Alegre no dia 26 de novembro. Além disso, no mesmo dia, que abra todas as lojas do país a partir das 14h e que todo o resultado das vendas de quinta e sexta feira seja revertido para entidades e programas que apoiem a causa da diversidade, de acordo com a orientação deste conselho.
Com a certeza de que essas medidas são apenas um importante passo em um longo caminho e com o compromisso público de em até 15 dias voltarmos com um detalhado e minucioso plano de orientação e embasamento das ações do Carrefour Brasil.
Assinam essa nota e compõem o Comitê: Rachel Maia, Adriana Barbosa, Celso Athayde, Silvio Almeida, Ana Karla da Silva Pereira, Maurício Pestana, Renato Meirelles, Ricardo Sales e Mariana Ferreira dos Santos.
Na noite do dia 19 de novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas foi morto nas dependências de nossa loja no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre/RS, em ato que não representa e nem condiz com os valores do Carrefour.
Neste site, reforçamos as ações que estamos tomando diante deste fato e os compromissos assumidos com a sociedade e com o nosso corpo de mais de 100 mil colaboradores em todo o Brasil. Com o objetivo de seguir evoluindo como empresa e contribuindo para o combate ao racismo estrutural do Brasil.