28/04/2021
São Paulo, 28 de abril 2021 - O Grupo Carrefour Brasil realizou nesta quarta-feira (28) um evento online comandado pelo seu CEO, Noel Prioux, para debater o combate ao racismo nas corporações e a promoção da equidade.
O Fórum teve como público cerca de 16 mil fornecedores do Grupo e contou com a participação de diversos CEOs e executivos em cargo de liderança.
No evento, a empresa anunciou a inclusão de uma cláusula antirracista em todos os contratos de fornecedores e uma política de tolerância zero ao racismo. "Queremos que todos que se relacionam com Carrefour adotem as melhores práticas, apoiem iniciativas e incentivem mudança de comportamento. Não basta combater o racismo, é preciso ser antirracista.", afirma Noel Prioux, CEO do Grupo Carrefour Brasil.
Na prática, a cláusula vem sendo aplicada desde janeiro para novos contratos, e agora foi comunicada para toda a base por meio de uma carta que ainda inclui a política revisada de diversidade do grupo e a política de consequências, que reforçam a tolerância zero ao racismo.
A cláusula faz parte de uma série de 72 iniciativas reunidas em 8 compromissos públicos para o combate à discriminação e inclusão de negros e negras, assumidos pela empresa como forma de contribuir para o enfrentamento do racismo no Brasil desde novembro, após a morte trágica de um cliente em uma loja em Porto Alegre/RS.
A empresa também apresentou as novas diretrizes para a segurança interna. Com investimento de mais de R$ 5 milhões, a segurança interna das lojas passou por mudanças como internalização dos agentes de fiscalização e implementação de um novo modelo. Ainda foram apresentados projetos de fomento ao empreendedorismo, apoio a iniciativas de combate ao racismo e fortalecimento de organizações da sociedade civil com ênfase na população negra no Brasil.
Entre outros compromissos, o Grupo Carrefour Brasil nos últimos meses revisou suas políticas internas de Valorização da Diversidade e os códigos de conduta. A companhia também lançou um canal de denúncias de enfretamento ao racismo e discriminação para todos (as) colaboradores (as), clientes, terceiros e fornecedores. "Estamos hoje aqui para assumir de forma clara, firme, transparente, o nosso compromisso. Assumindo papel de liderança no setor e compartilhar com todos o que estamos aprendendo, combatendo o racismo", enfatiza Prioux.
As iniciativas do Grupo para combater o racismo estrutural podem ser acompanhadas através do site https://naovamosesquecer.com.br/.
Durante o evento, o Instituto Locomotiva apresentou uma pesquisa encomendada pelo Carrefour sobre a diversidade nas corporações brasileiras. O levantamento, realizado por telefone com 1630 entrevistados em 72 cidades do país no mês de abril, aponta que, ainda não há clareza na população sobre o caráter estrutural do racismo: cerca de 64% dos entrevistados acreditam que o racismo é fruto da ação de indivíduos e não de uma cultura de exclusão, e mais da metade (59%) acredita que pessoas brancas também são vítimas de racismo.
Os dados mostram que cerca de 86% da população concorda que para empresas venderem para todos, precisam respeitar a diversidade racial. Sobre o mercado de trabalho, 76% dos brasileiros consideram que pessoas negras são discriminadas. Mais de 52% dos trabalhadores pretos e 26% dos negros (que também inclui pardos) já sofreram preconceito no ambiente de trabalho. Ainda, 57% dos trabalhadores brasileiros presenciaram uma pessoa negra sendo discriminada ou humilhada em seu ambiente de trabalho. Entre os trabalhadores negros, são 67% que já presenciaram essa discriminação. No salário, trabalhadores “não-negros” ganham, em média, 76% a mais do que os negros.
A pesquisa ainda traz que a maioria dos brasileiros conhece alguém que foi vítima de preconceito racial: 61% dos brasileiros presenciaram uma pessoa negra sendo humilhada ou discriminada devido à sua raça/cor em lojas, shoppings, restaurantes ou supermercados, e esse percentual é de 71% no caso dos negros.
“O racismo é estrutural, e para combatê-lo é preciso ter tolerância zero. O brasileiro precisa enxergar o racismo na sociedade e os impactos que ele traz. Existe um mercado gigantesco de pessoas que estão discriminadas e não atendidas e, mais do que isso, seguidas em supermercados, sofrendo violência policial e mais. A promoção da diversidade nas empresas é um dos caminhos para mudar esse cenário", afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Na noite do dia 19 de novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas foi morto nas dependências de nossa loja no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre/RS, em ato que não representa e nem condiz com os valores do Carrefour.
Neste site, reforçamos as ações que estamos tomando diante deste fato e os compromissos assumidos com a sociedade e com o nosso corpo de mais de 100 mil colaboradores em todo o Brasil. Com o objetivo de seguir evoluindo como empresa e contribuindo para o combate ao racismo estrutural do Brasil.